O livro da S.
Hoje acordei com vontade de escrever um sonho que me fez acordar. Peguei num caderno e descrevi tudo o que me lembrava. Sentia-me inspirada. Talvez tenha sido porque fiquei até às 5 da manhã a ouvir a S. a ler o livro que anda a escrever. Um livro de uma vida, uma vida com muitas casas, muitas personagens, muitas viagens. Um livro com histórias bonitas, feias, rocambolescas, cómicas, dramáticas, duras, eróticas, poéticas, patéticas. Um livro de segredos, tabus, verdades, mentiras, onde não se sabe onde termina a realidade e começa a ficção. Frase feita, eu sei, mas que aqui aplica-se na perfeição.
Porque na vida da S. a realidade supera a ficção, tudo o que é ficção parece real e tudo o que é real parece ficção. Mais uma frase feita, ok, mas que encaixa como uma luva.
Gostei muito do que ouvi. Divertiu-me, arrepiou-me, comoveu-me, chocou-me, ri e chorei (e eu não sou nem de lágrima nem de riso fáceis, aviso já). Mas, acima de tudo, senti-me privilegiada por estar a ouvir a própria a ler a sua história, que é muito sua, muito especial, muito intensa.
Fiquei curiosa para saber o resto. Só me leu metade, saltou algumas partes por falta de coragem.
Há coisas que só conseguimos falar delas dentro de nós ou para dentro de um livro, que é quase a mesma coisa (com a pequena e grande diferença que depois alguém vai poder ler).
Gostei muito do que ouvi. Mesmo muito. E queria-te dizer isto assim no blog.
Gosto muito de ti, S., e estou muito orgulhosa de ti. OK, ataque de lamechice. (E olhem que eu não sou destas coisas!)
Até já.
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