8.4.08

Curriculum Vitae

Ora vamos lá... Rapariguinha de 37 a caminho dos 38. Um metro e cinquenta e 58 quilos. Gémeos, Cão, Óxum Apará, Números 5, 6 e 8. Interesses vários: dicionários, letras, artes gráficas, paginação, decoração, coisas bonitas... Habilitações literárias: zero. A miúda na sua fase pré-cambrica-adolescente-com-pressa deixou de estudar. Começou a trabalhar aos dezasseis como faz-tudo: secretária, moça de recados, continua e verificadora-de-papel-higiénico de um centro de formação profissional, cujos cursos eram dados a jovens dos 18 aos 25. Ou seja, tudo mais velho do que a “piquena. Fartou-se. Passou para a RTP como “assistente de produção” de um programa juvenil, que só por acaso, foi “expulso do ar” por irreverência e falta de respeito para com os símbolos nacionais. Era o “Fisga”. Fez uma perninha como assistente de realização, note-se que era um directo, como substituta-só-uma-vez-porque-o-assistente-teve-que-ir-para-o-festival-da-canção. Passagem rápida mas intensa. Despedida, aliás, toda a equipa para o olho da rua. Agora com o papel de “assistente” trabalhou numa empresa de produção de espectáculos e na organização do Jazz na Cidade 88. Depois, e já equipada da sua moto, uma Honda Vision cor de morango, passou para vendedora-office-boy de notícias. Explica-se. Vendia material fotográfico para jornais e revistas, principalmente as cor-de-rosa. Entrou, assim, no mundo dos jornais e da imprensa. A fase inebriada. Apaixonou-se. Aos 19 anos teve a sorte (leia-se a cunha certa – a do editor-de-cheques) de entrar para o jornal Público, para Gráfica-C. Ideal, queriam jovens sem formação gráfica, ou seja, sem vícios, virgens, para melhor “entrarem” no projecto gráfico. Não chegou a tempo do curso, mas à custa de tanto perguntar lá aprendeu o programa - o Quark. E com ele os templates, ou seja, páginas-matrizes, limpas e para “encher”. Ficou templereira-mor. Fez templates para várias revistas e jornais - de economia a desporto - até a newsletters para a Expo 98. Aliás, fez várias brochuras e livrinhos para a Expo, inclusive um em coreano. Passou também pelo Semanário, muito mais tarde, mas agora como paginadora-mais-velha. Conheceu o HC nos idos 89, um professor e amigo, trabalhando para o seu atelier desde então, desta vez em livros, revistas e álbuns ilustrados. Um novo mundo, o das editoras. Por ele incentivada, abriu a sua empresa, e com ela fez durante três anos uma pilha imensa de livros escolares. Cansativo. Por intermédio de HC “conheceu”, também, a revista Ler, que paginou até 98. Teve uma passagem breve por uma agência de publicidade. Fartou-se rápido. Já não aguentava tanto e frigorífico, tanta promoção, tanta carne, tanto produto de limpeza. Fora contratada para paginar aqueles enormes panfletos de promoções do grupo Jumbo - na altura o do elefante sem trevo. Uma seca. Cansou-se. Tirou um ano sabático para nascer a filha. Explosão de autoconfiança, controlo e criatividade. Fez toda a parafernália de artes gráficas para uma loja de fotocópias onde se faziam cartões pessoais, ementas, capas de livros, convites, etc. Desenhou também roupa para criança, principalmente bibes para uma loja de fardas. Desenhou e “concebeu” a farda e equipamento de ginástica para um colégio da Linha de Cascais. Depois fartou-se de tudo um pouco. Foi viver para fora de Lisboa, a 160 km de distância e no campo. A fase romântica. Mesmo assim, trabalhava para uma agência de comunicação onde para além de paginar jornais e newsletters para instituições, concebeu de raiz um suplemento de saúde para crianças, desde conteúdos a projecto gráfico e ilustrações. Nessa agência trabalhou mais uma vez para a televisão. Desta vez Canal 2. Tanto na parte gráfica, como assistente-faz-de-tudo-um-pouco a até, “escrevinhadora” de guiões. Muito trabalho, muito diversificado. Gostou. Mas outra mudança vinha a caminho. Desta vez não era imperativo sair de Lisboa, mas de Portugal. Foi para o Brasil, Bahia. Terra do sol, das praias, das caipirinhas, da vida em férias. Enganou-se. Fartou-se de trabalhar. Decidiu abrir um ciber misto com uma pequena gráfica. Especializou-se em “cartões-pessoais”. Um mundo. Todo “a genti” naquela terra tem cartão personalizado. Ainda falam do American Psico. E convites? Outro mundo. Aniversário dos quinze anos, chá de bêbê, convite de nascimento, de casamento, de licenciatura, de divórcio até. Duro mas gostoso. Não deu certo. Passou para um cafezinho. O café-da-portuga, o Artcafé. Já dava mais certo (leia-se reais) e ainda mais trabalho. Decidiu então, que a vida de papo para o ar teria de ser adiada. Regressou a Portugal, a fim de fazer o seu pé-de-meia para mais tarde voltar. Depois de um ano e meio, encontra-se no Estoril, bem perto da praia e... de papo para o ar. A fase tia-e-dondoca. Aperfeiçoou a culinária, embora pratique pouco. Fazperninhas” em decoração de casa alheias. Entretanto, ainda “escravinhou” um livro de memórias e histórias de família - a ver vamos se o publica. E um, dois, três, acabou o tempo. É hora de voltar a mexer e amealhar. Agora o que fazer? Paginação, artes gráficas, produção, decoração, ilustração, frangos para fora? O que quiserem. A piquena está available - “esponível!” - e mortinha para trabalhar.

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1 Comments:

At 1:47 da tarde, Anonymous Anónimo said...

Piquena available:
Está tudo nas tuas mãos. Basta só mandares o cv para a amiga da Maibelha e vais ver que uma nova fase da tua vida estará para chegar. Eu aprovo cem por cento. Ainda por cima tem a ver com o que gostas: decorações. Frangos para fora não era boa ideia por causa do pecado da gula ;-)
Estou à espera. Esta semana sem falta - até 5ª - tens de enviar o CV e falar com ela. Se não:
NÃO FALO MAIS "PARA" TI!!! E isto tudo é porque gosto de ti e me preocupo.
Lembra-te do que nos dizem os números do mestre Jo: "A ociosidade é a oficina do diabo"... beijos da tua amiga R.

 

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