Que medo

Estava para pôr um post de autoavaliação mas achei que era íntimo demais (até parece que já não expus aqui toda a minha vida... mas como falava de todas achei melhor não).
O R. anda a falar muito em filhos e isso começa a perturbar-me. Eu sei que já devia ter, que tenho 34, mas além de me sentir ainda uma miúda que ainda lhe falta fazer muitas coisas antes de ter filhos, sinto muito meeedooo em engravidar.
Hoje falei com a professora de aeróbica, a L., que me confessou que sentia exactamente o que eu sinto em relação à maternidade: tinha medo de morrer no parto, medo de entrar em pânico, de querer desistir a meio, de tudo e mais alguma coisa. Sentia-se mesmo mal (tal como eu) só de pensar no assunto. Até que um dia engravidou, teve uma bebé linda e disse que afinal eram tudo paranóias da cabeça dela. Apesar de lhe ter custado imenso não lhe custou nada, nem um terço do que imaginava.
Claro que cada caso é um caso, mas talvez a L. tenha conseguido convencer-me um bocadinho. Apesar de continuar cheia de medo e terror só de pensar em seringas espetadas na coluna (epidurais), dilatações, cortes no pipi e outros afins que me deixam aterrorizada.
Hoje o R. (que anda há 3 anos para acabar de montar a nossa cozinha) também me disse que estava decidido a comprar um sofá igual ao da Elle e mudar radicalmente a casa. Quer pôr o escritório na sala e a sala no escritório e já anda a ver no site do Ikea uma estante viável para a “nova” sala, assim como um plasma (para caber no ínfimo espaço que sobra). Diz que vai consultar a Tia e que vamos ter uma “nova” casa.
De repente é só planos na minha vida, na minha casa. Estou cheia de medo!
Acho que afinal quero é ir viajar para um sítio bem longe...
Bem citou a Tia: «A vida é o que acontece connosco enquanto fazemos outros planos.»