6.5.08

Hoje faz anos...

J. já fazia parte da família e partilhava com Margarida o segundo andar do beliche. O P. acabava de chegar e instalou-se no rés-do-chão. Trouxe computadores e uma parafernália imensa de informática, que Z. acolheu cheio de entusiasmo, pois abria a possibilidade de «transformar o mundo». Aos poucos formam um trio, mudo e invisível, para suportar as revoluções daquela aparente harmonia. Assim, entrincheirados, protegiam-se uns aos outros e não era preciso mais do que um olhar para saber exactamente o que o outro estava a pensar. De tal maneira eram unidos e cúmplices que, nenhum dos três, é capaz de conceber aqueles anos sem os outros. E ainda hoje, quando alguém faz considerações sobre a casa de Z. – a sua casa daqueles tempos – não deixam de transparecer desprezo pela audácia... é que é preciso viver para poder contar. Nunca perderam contacto, embora estejam meses sem se ver ou falar. Do P., Margarida sabe que trabalha muito, tem várias empresas, não pára. E é a ele que recorre em tempos de aperto. Ele, ele “desenrasca-a” sempre. Sempre foi assim. Continuam iguais. Igual: os mesmos constrangimentos e as mesmas gargalhadas, escondidas, envergonhadas – o P. ainda tapa a boca quando ri.

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1 Comments:

At 6:37 da tarde, Anonymous Anónimo said...

Foi + ou - nessa altura que nos conhecemos.
pititinha...

 

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