16.10.07

Literatura de casa-de-banho

Tento escolher livros pequenos, fininhos e que me pareçam de leitura rápida para ler ler na casa-de-banho. É uma mania como outra qualquer. E, desta vez, levo as 1001 Razões para Gostar de Portugal, de José Carlos Abrantes, Texto Editora, que pelo caminho vou folheando: «Sofia Aparício, modelo e actriz [aparece 11.ª posição]; As loiças de Barcelos, em especial, o Galo de Barcelos; O camarão de Espinho; A política, os livros, o blog de José Pacheco Pereira; «Por Outro Lado», de Ana Sousa Dias, um programa de televisão no canal 2; Daniel Sampaio, psiquiatra, conhecedor dos adolescentes, dos pais, das famílias, das escolas; A cerâmica das Caldas da Rainha; Os programas na televisão de Luís Osório, desde as «Lentes de Contacto»...

Pausa. Estupefacção. Ponto de Interrogação.

Só pode ser ironia, penso, mas afinal é «à séria», a dúvida desfaz-se na Introdução: «(...) chego e fico sabendo que faltam muitas coisas boas de Portugal. Algumas ignorei porque não aprecio, outras porque não conheço, outras porque não se pode ser exaustivo, e incluir dezenas de castelos, centenas de vinhos, milhares de livros. Escolhi também evitar os mortos...»

Não tenho sequer curiosidade em continuar. Para mais, tenho medo, num livro onde cabem nas 1001 razões para gostar de Portugal estas alíneas, também lá devemos encontrar o “marchant” José Castelo Branco, a Cinha Jardim e a sua cadela, a Laurinda Alves, o Rui Santos (comentador desportivo), o Jorge Gabriel, o Paulo Portas, o Louçã, o Carlos Pinto Coelho e o seu aconteceu, o Pedro Rolo Duarte, as telenovelas da TVI, os debates sobre o referendo ao aborto e/ou os festivais da canção, os livros do José Rodrigo dos Santos ou a Lídia Jorge e a sua “espingarda de carne”.

Livro no lixo. Nada como literatura «séria». Bula do Canesten: Excipientes: estearato de sorbitano, pollissorbato 60, espermacete sintético,octildodecanol, etc.

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1 Comments:

At 12:23 da tarde, Blogger Laura Ramos said...

Soubesse a Tia quem é o personagem que escreveu o livro e nem sequer teria pegado nele. José Carlos Abrantes foi meu professor na universidade e, ainda hoje, todos gozamos com ele. Era uma nódoa!!!

 

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