E eu assim...
Hoje estou naqueles dias em que me apetece mandar tudo para o caralho. O tempo, o frio, as crianças, o pai das crianças, o blog, as filhas das putas das palavras que não saem, a opinião dos outros, as certezas, as escolhas, os dias mais curtos, a inércia, o sono, mais os cigarros que estão a acabar e a borbulha que está a nascer. Hoje não tenho pena da empregada sem dinheiro para o autocarro, das pessoas que saem cedo para o trabalho, do mendigo da rua, das crianças ranhosas, das injustiças, do marido da vizinha com alzeimer. Hoje tudo me irrita: o telefone que toca, as pessoas que têm coisas para dizer, a internet lenta, a aproximação do natal, os enfeites na rua, o ter de ir ao correio em pleno século xxi... mais as botas pontiagudas e o cheiro do gato. Hoje o mundo chateia-me: o lixo na rua, a palavra reciclar; haver dois hemisférios e ser Verão do lado de lá. Hoje estou com mau perder... e apetece-me esborrachar moscas com as cortinas.
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