25.5.08

HJJ

Ai, ai, dr. Jones. E eu cheia de sono. Vou ver se sonho com você... e com a sua camiseta branca, seu chicote, seu ar mais velho e mais pesado. Que se lixem os críticos. O senhor não me desiludiu, pelo contrário, estava como sempre esteve e mais velho. As mesmas graças, a mesma luz, o mesmo chapéu, as cobras, os animais rastejantes, esqueletos, precipícios, explosões inverosímeis e escapadelas ainda mais improváveis – histórias da carochinha... Tudo tal e qual e como me lembro de o ver pela primeira vez, no cinema Paris, em Campo de Ourique. Apenas mais velho, «chegamos a esta idade e a vida deixa de nos dar coisas, começa a tirar-nos». Falavam da vida ou de d’us, não fixei? Deram-lhe um filho e um casamento, porque até Henry Jones Junior não passou por este mundo se não casou, teve um filho, pagou a segurança social. Não é culpa sua. É deles. Estamos habituados... god save america e a nós, pobres de espírito. Os tais críticos vão inumerar referências... Marlon Brando na moto, Grease, Encontros Imediatos; vão falar do seu descendente e de prováveis sequelas, e de Maryon, má actriz mesmo, e Cate Blanchett boa actriz mesmo; vão criticar problemas de raccord e de montagem... Eu, dr. Jones, eu só tinha olhos para você. Lembra-se daquela aluna que desenhou nas pálpebras i love you? Pois olhe, i love you e até já... nos meus sonhos mais...

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