Jesus Christ

Ele estava a dormitar numa espreguiçadeira em tronco nu e eu cheguei-me mais perto para ver se era mesmo ele. Quando estava quase colada à cadeira dele, ele levantou-se de repente e eu assustei-me. Era mesmo ele, o Christian Bale, que estava ali a sorrir para mim e eu não sabia o que fazer ou dizer, nem como justificar o porquê de me ter chegado assim tão perto da sua cadeira. De repente ele já estava enrolado numa manta branca com uma coroa de espinhos na cabeça. Tinha virado Jesus Cristo, como no filme, e eu nem tinha reparado. Mesmo assim, continuava a sorrir e sem quê nem para quê agarra-me com força nos braços com as suas grandes mãos e olha-me nos olhos de forma muito intensa. Eu estava congelada. Sem reacção. Então ele aproxima-se ainda mais, muito perto da minha cara. Queria beijar-me ou talvez quisesse ver qualquer coisa nos meus olhos. Eu não sabia qual das duas coisas ele queria. Não percebia nada de nada e estava perturbadíssima com aquele homem vestido de Cristo e que eu sabia perfeitamente que era o Christian Bale. Quando ele estava mesmo quase disse-lhe que não podia beijá-lo, que era casada. "Mas com Cristo não é pecado", respondeu ele com um sorriso malicioso, quase torturador. Ele estava cada vez mais perto e quando estava a um só centímetro da minha cara olhei bem nos olhos dele percebi que afinal ele era um tailandês muito maluco que eu conheci e que nunca mais vi na vida. «Jesus Christ!», pensei eu (ou penso agora que estou acordada a escrever este sonho estranhíssimo). Acordei em pânico.
De manhã vi que tinha um e-mail do tal tailandês a dizer que está em Espanha e que podia vir cá visitar-me se eu achasse boa ideia. Não respondi, cheia de medinho da estranha coincidência. Passei o resto da manhã em Xenical.
Não preciso nada disto na minha vida. Mas preciso das minhas amigas, que já tenho saudades delas todas juntas, as três, a rir às gargalhadas (tenho tantas histórias!).