5.5.09

VG vs Palmira Bastos

Pois é, Mónica, já a minha tia «de cima» – a Tia CDS – não nos deixava ver o Vasco Granja em sua casa. «Não quero o comuna na minha sala de estar». E assim era. Desligava-se a televisão. Lá em baixo, pelo contrário, o meu pai via connosco o «Cinema de Animação». Talvez por isso, associe sempre o Vasco Granja ao primeiro e segundo andar da Rua Ferreira Borges, Campo de Ourique – o bairro onde nasceu. E aos gritos e insultos que vinham de cima enquanto passava o funeral de Sá Carneiro. «Assassinos. Comunas. Mataram-no. Mataram-no.» «Comunas» era seguido de violentos pontapés no chão, para o comuna-burguês do andar debaixo interiorizar bem a coisa. De resto, sempre foi na salinha fresca do primeiro andar que via o Vasco Granja com gosto, enquanto os meus irmãos mais velhos iam refilando, «já não se pode com filmes checoslovacos a preto-e-branco.» Inegavelmente faz parte da minha infância... e daquele Campo de Ourique.

Ah, essa minha tia-avó achava-se muito parecida com a Laura Alves. Agora, vendo bem, acho-a parecida com a Palmira Bastos... Se ela me ouve, vão chover insultos lá de cima.

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2 Comments:

At 6:56 da tarde, Blogger 1de30 said...

E essa tia que não vos deixava ver o Vasco Granja (que eu adorava) é a da borboleta negra? que medoooo... R.

 
At 7:00 da tarde, Blogger 1de30 said...

Essa mesma. kkkkkk

 

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