As melhores «saídas» da M. (com autorização da própria para publicar aqui no blog):
«Olá Duende. Não achas que já passou o Natal?»
[Com o ar mais paternalista do mundo para um sr. vestido de duende à porta do cinema do centro comercial]
«Os centros comerciais estão a degradar a nossa cultura e o nosso património. As pessoas só pensam em consumir, consumir, e cada vez mais se esquecem delas próprias.»
[Em filosofia de ponta para a senhora do café do cinema - que ficou congelada a olhar para a M. - depois de comprar duas água, dois Ice Tea e um balde de pipocas]
«Não sei porque é que as pessoas me olham como se eu fosse um mutante quando eu apenas digo as verdades?»
[Depois da cena de cima]
«A falta de sentido estético devia dar cadeia.»
[A apontar discretamente para uma senhora vestida de rendas encarnadas transparentes muito más]
«Tenho dois irmãos que dão um título de um filme: o bom e o rebelde.»
[Em resposta à senhora da mercearia]
«Não quero ver filmes a preto e branco que já foram um dia capa de revista e que agora não passam de tristes e velhas películas de museu empoeiradas.»
[Em resposta à minha sugestão de a levar à Cinemateca]
«A minha mãe não me deixa usar as roupas que eu quero, cortar o cabelo como eu quero, deitar-me quando eu quero, tomar banho quando quero. Sou um fantoche nas mãos de uma ditadora.»
[Em desabafo]
«Ninguém me compreende. Só a minha prima Z., o Akira e, quem sabe, o meu futuro marido.»
[Em desabafo] (Nota: o Akira é o gato da família)
«Eu não estou na fase do armário. Só aos treze é que vou para a fase do armário. Até lá sou só uma pré-adolescente normal com as suas obrigações normais.»
[Depois de eu ter comentado que ela já estava na fase do armário]
«Os meus irmãos não me ligam, a minha mãe não me liga, o meu pai não me liga. Às vezes penso que seria mais feliz se fosse um mero cão rafeiro. Em contrapartida teria muito mais fome...»
[Desabafo no carro depois de termos visto "Um Hotel Para Cães"]
«O meu pai é escritor e a minha mãe viajou com a minha avó para se ver livre de mim.»
[Em conversa com a Dona Lina]
«Às vezes penso que a minha mãe me poderia trocar por uma simples sandes de atum...»
[Continuação da conversa de cima]
«Posso dormir no sofá e fingir que estou na Polinésia a fazer 'couch surfing'?»
[Antes de ir dormir com um sorriso nos lábios]
«Para ver se a minha família me dá mais atenção vou fingir que engoli um prego ou fugir para Budapeste...»[Em desabafo]
«Adeus típico macho latino!»
[Para o pai, que se dirigia para o carro]
Gosto muito da M. Só tem 10 anos e já está naquela fase «life sucks», típica da idade do armário - a qual eu acho imensa graça. Foi muito divertido o nosso fim-de-semana. Temos de combinar mais vezes.
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