Parabéns

Muitos Parabéns Tia! Ainda bem que voltaste! Nós sem ti não éramos nadinha! [Uma foto na tua praia preferida com a tua bebida favorita]

"Is life treeting you good?"

Sábado, final da tarde. Outono em Maio. Nada de interessante para fazer. A minha vizinha Elle desencaminha-me para irmos a uma festa a casa do Ex. "Anda lá! Não é muito longe das nossas casas, podes voltar a pé quando quiseres". Acabei por ir, quase por arrasto, cheia de preguiça dentro da minha pessoa.
Na festa só pessoas que eu não conhecia com conversas sérias e eu sem nada de interessante para dizer.
"Vamos beber." "Bora dançar", insistia. "Red Bull com vodka é que é bom!", sugeria. A Elle mandava e eu obedecia. Eu estava sem poder de decisão nenhum.
Quando estava mesmo para desistir da festa e ir a pé para casa, surge de repente na "pista" improvisada um dançarino possuído: Mário (Marinho pós amigos), mitra de Sacavém. Corpo tesudo, olhar malandro. "Relax, don't do it" dançava e cantava naquele inglês que todas nós sabemos.
Marinho "insfibrila-se" com a Elle. Elle dá-lhe para trás. Marinho "insfibrila-se" com todas. Todas dão-lhe para trás, mas todas gritam quando ele abana a anca e aponta para o céu. Sempre que se aproxima de uma miúda tenta dançar em estilo "lambada". Sem efeito. Marinho estava na festa errada: um mitra de Sacavém que diz "amandar" numa festa de pessoas com conversas sérias não rima. Mas Marinho não desiste e assim é que é! A noite é dele. Bebe Bacardi Lemon. Faz a boquinha do Martini man. Já está muito aceso. Está possesso. Não pára de dançar. Mexe todos os músculos do corpo. Marinho pode não saber falar, mas sabe que tem um corpo tesudo. E é por aí que ele investe.
Rúben Miguel, amigo de Marinho, tenta dançar como o bailarino, mas desiste logo. É muito andamento. Marinho tem o ritmo e o Bacardi Lemon no sangue. "É aquele abanar da anca. É aquele jogo de cintura que "amanda" estilo", explicava Marinho ao amigo.
A festa termina com os vizinhos zangados. "Relax, don't do it".
Saímos todos a correr da casa do Ex. "Vamos para o Bairro", sugere a Elle que, como sempre, estava cheia de pica. As boleias organizam-se. Eu e a Elle nem hesitamos e entramos no carro onde Marinho estava sozinho no banco de trás a falar ao telemóvel. Elle fica no meio e num segundo Marinho fica colado a ela... assim como quem não quer a coisa. À frente vai o Rúben Miguel e um outro amigo que não me lembro do nome mas que devia ser do género. A música do carro era inenarrável. "Eu vou para casa", digo muito convicta para Elle. "Não vás R. que isto que estamos a presenciar é um estudo sociológico!" Claro que eu não fui para casa e é claro que rimos à gargalhada não fosse o Red Bull dar-nos asas e o Marinho conversa para a viagem inteira.

Ao telefone diz a uma miúda: "Estou com uns colegas e vou-me divertir! Olha, liga-me amanhã". A miúda falava e Marinho ficou algum tempo em silêncio. "Desenvolve...", dizia Marinho num tom aborrecido, rodopiando os olhos. Silêncio novamente. "Desenvolve..."
De repente Marinho, já sem paciência, diz-lhe que tem uma "chamada em segunda linha" e desliga. E era mesmo verdade: às duas da manhã Marinho tinha chamadas em espera umas atrás das outras. Todas em desespero a reclamarem por ele. "Marinho! Marinho!" O mitra nem tempo tem para desligar o telemóvel. Passa de linha em linha. Dá conversa a todas.
A certa altura atende uma das chamadas em Inglês. Naquele Inglês: "Mary how is you? My queen of the nigth!" O carro inteiro parte-se a rir. "Is life treeting you good?" O carro tem um ataque de riso. "Are you in Belfast? I miss you too, my angel". Foi um telefonema inenarrável. Eu e a Elle a certa altura riamos às gargalhadas e gritavamos: "Put the cream on!" Put the cream on!" As irlandesas estavam a ligar em grupo e passavam o Marinho umas às outras. Falou com umas três ou quatro e por fim desligou o telemóvel a dizer em tom de desabafo: "As bifas têm cá um andamento!"
Chegámos ao Bairro e é claro que voltámos logo de táxi para casa. O que é que estávamos a fazer ali afinal?! "Life is treeting you bad?"
Valeu a pena a viagem de estudo sociológico. Obrigada Elle. És a melhor vizinha do mundo!

A esquina da R [4]

A esquina da R [3]

A esquina da R [2]

A esquina da R [1]

Aos homens

Homem, homem, quem ousou fazer-te assim tão belo. Tão desejável. Tão bonito. Inspirado. Se soubesses como te desejo, homem, quando passas por mim e te olho com estes olhos de comer. Como carne, no prato, coisa de lamber. E como imagino o teu abraço, e os teus braços, amassos, suspiros... o teu rabo. Como adivinho os teus músculos, o teu domínio. O teu movimento lento ou apressado. Homem. Homem. Duro, teso, desenhado. Músculos, pernas, coxas, a batata do braço. Os ombros, o queixo, a nuca. Corpo a corpo. Corpo no corpo. Boca fresca. Beijos molhados. Maçã de Adão. Para cima e para baixo. E passo a mão. Apêndice xifóde. Tensor fascia lata. Cheiro de suor. Cabeça. De boxers, calças, pelado. De ténis, havaianas ou sapatos? Descalço. Safado. E não, não te quero perfeito. Quero-te inteiro. Guloso. Quero-te para mim. Como um estalo, um vício, um baseado. Assim, sem preguiça, sem entraves, sem vergonha. Com vontade. Não te quero falar, ouvir graças ou as tuas taras. Nem a tua inteligência, teu trato ou teu retrato. Quero-te como um corpo. Como um todo, um encaixe. Um corpo no meu. Não te quero valente, bravo. Raro. Quero-te. E ao teu sexo duro, o teu orgulho. Quero sentir-te. Abocanhar-te. Desejar-te. Sentir a tua vontade. Gozar-te. Lamber. Chupar. Comer. Não, não quero um filho teu. Nem os teus segredos. Teus planos. Já plantei uma árvore. E não quero o teu amor. Não quero amar-te. Quero-te, e como coisa de comer. Coisa de se querer. Coisa fácil. Neste momento. Nesta praça. Nesta praia. Na areia quente. À noite, à chuva. De pé, de lado, abraçados. E tu passas. Sem rasto. E eu vejo-te passar. Como fémea e tu macho. Iguais na vontade, no desejo. Como animais.

Arruinar a própria vida também é arte!

Arte pode ser sinónimo de beleza, ou de uma beleza transcendente. Dessa forma, o termo passa a ter um carácter subjectivo, qualquer coisa pode ser chamada de arte, desde que alguém a considere assim, não precisando ser limitada à produção feita por um artista. Wikipedia
Nota: conheço bem os autores.

A vingança das mulheres?

Eu gostava de saber porque que raio é que as mulheres ficaram assim tão taradas de repente e sem explicação? De um dia para o outro acordámos e passámos a ser isto que agora somos: umas possuídas que só pensam em gajos. Pior, que só pensam em pilas.
Já estive em jantares só de gajas onde a conversa já não era sobre os homens, mas sim sobre o tamanho e a eficácia das suas pilas. "Meu Deus", diriam as nossa avós, se nos ouvissem.
As mulheres dos anos 60 pensavam que a igualdade e a liberdade sexual passava por queimar soutiens e tomar a pílula. As mulheres dos anos 00 (zeros) têm vibradores e uma libido tão acesa que a maioria dos homens tem medo de se queimar. É verdade: As mulheres perderam o pudor e passaram a pensar e agir como os homens.
"À medida que a auto-confiança das mulheres sobe, a dos homens desce", dizia um amigo que é todo cheio de teorias e que gosta de pensar muito sobre as coisas. "Os gajos hoje em dia são uns bananas, perderam as referências todas. Não conseguem perceber que uma gaja pode ir para a cama com eles no primeiro encontro e estar apaixonada por eles. Não. Eles pensam que ela só quer ter sexo por ter. O que também pode ser o caso, mas nem sempre tem de ser". Ou seja: eles arrumam as mais despachadas na prateleira das quecas e, tal como os nossos bisavôs, continuam a preferir para companheiras as mais "recatadas" (já que virgens não há). Nem que sejam falsas recatadas...
Eu fico confusa com tudo isto. Então os homens querem ou não uma mulher ao nível deles a todos os níveis?
A minha esteticista, a Jú, que só fala em pilas e vibradores dizia no outro dia que "agora é a hora da vingança das mulheres". A teoria dela é que nós, as mulheres, andámos milhares de anos a sofrer com as infidelidades dos homens e com o facto de não termos nunca prazer e que agora estamos a vingar-mo-nos em nome delas. Rebuscado, hein? Teorias.
Eu só sei que com isto tudo as mulheres que eu conheço não andam nada bem. Ou melhor, andam tanto que os homens (ou a maioria dos homens) não tem andamento para elas.
Eu já tive a sorte de conhecer o homem da minha vida, mas caso precise de procurar outro (hipoteticamente tudo pode acontecer) não sei muito o que fazer à minha vida! Não me apetece nada armar-me em falsa recatada, muito menos ir para a prateleira das quecas. Onde iremos parar? Acredito que ainda haverá homens inteligentes - se bem que poucos - que gostam das mulheres tal como elas são: livres e auto-confiantes. Só não sei bem é onde é que eles andam.
PS: Desculpem, mas hoje estou "teses".

Desenhos nas nuvens

Lembram-se quando éramos pequenos e ficávamos horas a olhar para as nuvens? Víamos todo o tipo de desenhos, eu continuo a ver. Ainda consigo ver desenhos nas nuvens.

Bater no fundo?

E não é que a tia concorda...

Quando não conseguir levantar o pessegueiro? Recorro ao Viagra. Vergonha? Vergonha é roubar e não conseguir fugir.
Zezé Camarinha, SIC, 2001

Resposta ao apelo

"Ó olhos lindos, escangalhava-te todo!"


Mori, só te interno quando disseres pérolas destas:

. Oh fêvera! Junta-te aqui à brasa!
. Contigo filho, era até ao osso!
. Usas cuecas TMN? É que tens um rabo que é um mimo!
. Anda cá, que a mãezinha unta-te.
. Se cair, já sei onde me agarrar.
. Posso pagar-te um copo, ou preferes o dinheiro?

Homens...

Gosto de tudo / Dos morenos, dos mulatos, dos branquinhos, dos loirinhos e dos crioulos / Porque só tem que ser homem / É… Tem homem corno, homem baixo, homem gordo, homem grato, safado, careca, cabeludo, veado, ousado / Tem muito, tem muito, tem muito / Tem muito homem / Pois é, pois é / Tem muito homem / Todo homem que se preza tem que impor respeito / Saber ouvir, falar, escutar, ter dinheiro, celular, ser bom de cama e te respeitar / […] / Tem muito homem pelas ruas, pelos bares, à noite, de madrugada / É, eu gosto de todos / Tem muito / Tem muito homem. Mano Chao

É, R, tem muito homem. Quando li o teu post só me lembrei desta música. Mais logo, respondo ao apelo. Agora estou com pressa.

Apelo da mainova do meio

Quando era teenager nunca comprei uma Bravo, nunca enviei a nenhum namorado nenhum daqueles postais ou peluches pirosos com frases amorosas foleiras. Aliás nunca tive nenhum namorado, a não ser um que não conta muito porque nunca fizemos aquelas coisas de namorados (sair juntos, passear, ir ao cinema).
Quando ia a casa das minhas amigas ficava sempre especada a olhar para aqueles posters muito maus com gajos (hoje quase todos gays assumidos) cheios de laca no cabelo, em tronco nu e calças de ganga rasgadas, por entre ursinhos e coelhinhos de peluche a dizer “I love you” .
Eu era teenager, mas não me comportava como uma teenager. E o problema foi esse: não soltei a "teenager" que havia em mim. E o pior é que essa teenager apareceu agora aos 30 anos completamente desvairada e fora do prazo da validade... É como a tia dizia na outra noite das danças malucas em casa da LD: "Eu não quero, mas o meu corpo quer!"
OK, não tenho posters de gajos bonzões no quarto, é certo, mas quem espreitar o meu computador encontra resmas de pastas com fotos e filmes de Cristiano Ronaldo e outros gajos mais consensuais. Vejo o programa do Cristiano Ronaldo na SIC e fico e "desfibrilar". Vejo o Quaresma em tronco nu depois da vitória do FCP e começo a "hiperventilar". Vou a uma loja/café e quero ser atendida pelo gajo mais giro. Já para não falar no episódio do portageiro (nem com o marido ao lado eu me controlo!).
Enfim, depois dos 30, passei a achar piada a esta coisa a que chamam de "flirtar" que é como quem diz "comia-te todo" com os olhos. Não me reconheço. E tenho medo disto que cresce dentro de mim, esta vontade que está a criar vida própria.
Numa destas noites parei o carro num sinal encarnado. Ao meu lado estava um carro com grupo de quatro ou cinco gajos com ar de surfistas - giros como tudo - a quem comecei a fazer olhinhos. Eles riam-se e não paravam de perguntar "como é que te chamas? Vais ao Lux?". Antes de ficar verde e arrancar ainda tive a lata de sorrir e responder: "Quem sabe..." Passei o resto do caminho parva com a minha atitude. Quem é esta louca que responde por mim?
O pior é que isto está cada vez pior. Acho mesmo que qualquer dia vou começar a mandar piropos na rua. Já não digo nada! Ou melhor, vou começar a dizer tudo! Pânico.
É por isso que aqui estou amigas. Para vos fazer um apelo, tal como a Maivelha vos fez.
Se eu começar a mandar piropos a gajos na rua, por favor sigam as instruções do post Apelo, escrito pela P.
Vou só recordar os passos:
1.º amarrem-me a uma cadeira;
2.º colem-me a boca;
3.º agarrem em mocas de rio maior;
4.º dêem-me sem pudor nem melindre;
5.º internem-me logo a seguir num lar para a terceira idade* e nunca mais falem "para" mim.
Obrigadinha!

*A mim podem internar-me num Júlio de Matos ou assim. Qualquer coisinha serve. Mas visitem-me por favor!

Nova categoria

HTML: HeteroMeioLésbica.

Evolução do sexo [4]

Ilustração de tiras da mau, um blog a visitar.

Campeões, Bi-campeões!

Porto, Puorto. Vivó Porto. Mai belha, não fiques assim. O terceiro ainda é no pódio, o pior, pior, foi ficar atrás do Sporting. You have to see the light. Come to Porto.

O menino dos crocodilos

Saudades!

Vanity Fair

Hoje estou assim...

...e ainda agora começou o dia!

Para o pequeno Tomás

O pequeno Tomás quer colo. A mãe explica que agora não pode ser. Está a acabar de jantar. O Tomás insiste. Pede com os olhos. “Mas, mãe, vêm aí os crocodilos.” E o velhinho, destroçado: “Sim, [P], e os crocodilos?” Fim da história: o Tomás ganha colo. Moral: yo no creo en bruxas, pero que las hay, las hay... E crocodilos, também.

Apelo

Se algum dia e/ou em qualquer circunstância eu vos disser que quero ser VIGILANTE... sigam as seguintes instruções:

1.º amarrem-me a uma cadeira;
2.º colem-me a boca;
3.º agarrem em mocas de rio maior;
4.º dêem-me sem pudor nem melindre;
5.º internem-me logo a seguir num lar para 3.ª idade e nunca mais falem para mim.

Este apelo é muito sério, please do not esqueceite.

Pais e Filhos vs Amor incondicional

Porque temos a convicção do amor incondicional enquanto pais e nunca enquanto filhos?

Educar adolescentes

É a ténue fronteira entre o desejo de compreender, proteger, amar, e a vontade de abrir-lhes a cabeça a murro.

Catolicismo

Para o Paulo, ainda e a propósito da visita do Papa ao Brasil, "o maior país católico do mundo."

"Três entre quatro brasileiros são filhos de Iansã. O quarto acha que os deuses eram astronautas."
Ivan Lessa

... e vou acabar assim

E a tia São também.

...a meio do dia fiquei assim

Hoje acordei assim...©

... acordei assim

Eu hoje acordei assim...©

Este é para mim, às quintas

“A minha única restrição aos cigarros é a de que eles não vêm já acesos.”
Fran Lebowitz

Via e-mail

... sobre a GORDURA
No Japão, são consumidas poucas gorduras e o índice de ataques cardíacos é menor do que na Inglaterra e nos EUA; em compensação, na França consome-se muitas gorduras e, ainda assim, o índice de ataques cardíacos é menor do que na Inglaterra e nos EUA;

... sobre o VINHO
Na Índia, bebe-se pouco vinho tinto e o índice de ataques cardíacos é menor do que na Inglaterra e nos EUA; Em compensação, na Espanha bebe-se muito vinho tinto e o índice de ataques cardíacos é menor do que na Inglaterra e nos EUA;

... sobre o SEXO
Na Argélia, "transa-se" muito pouco e o índice de ataques cardíacos é menor do que na Inglaterra e nos EUA; Em compensação, no Brasil "transa-se" muuuuuito e o índice de ataques cardíacos é menor do que na Inglaterra e nos EUA;

CONCLUSÃO:
Coma, beba e foda sem parar, pois o que mata é falar inglês!

Só creme e papel celofane

Ontem decidi mais uma vez seguir o conselho da Tia para acabar de vez com a minha celulite.
Meti os cremes que a Tia me receitou e embrulhei-me (barriga, rabo e pernas) em papel celofane, tal como a receita mandava. Eu sei que é ridículo, podem rir à vontade que eu estou cá para isso. Mas a Tia disse que resulta e eu acredito na Tia.
Passei a tarde toda a ouvir nheca-nheca-nheca (o som do creme e do papel celofane) e a sentir-me ridícula. Mas o que uma miúda não faz para manter a linha?
Como estava em dia de cuidar da linha, decidi meter aquela VHS - igualmente ridícula - daquela modelo/actriz dos anos 90, que tem uma pinta em cima da boca e que agora é uma "as-been" que faz vídeos de ginástica de emagrecimento que vêm como brinde nas revistas femininas ocas (que eu compro muitas vezes). Sim, essa, a Cindy Crawford.
Para ligar o vídeo estive mais de 20 minutos de rabo para o ar à procura dos fios e das ligações - quase o tempo da ginástica. Experimentava um cabo. Nada. Nheca-nheca-nheca. Trocava as fichas. Nada. Nheca-nheca-nheca. Depois de muito nheca-nheca-nheca. lá consegui meter a cassete e lá me pus ao pulos a fazer todos os passos e movimentos ridículos que a Cindy fazia na perfeição, ao som de uma música igualmente ridícula. Nheca-nheca-nheca. Ao fim de 20 minutos de exercício estava a morrer de cansaço e decidi parar.
Hoje de manhã acordei e não conseguia andar.
Podem rir à vontade que eu estou cá para isso. Ridícula.
Tenho uma perna toda inchada, não consigo pousá-la no chão e dói-me comó caraças.
O X só se ria e dizia que eu pareço "o corcunda de Notre Dame a andar".
Como tinha um trabalho às 9h da manhã, às 8h já estava a telefonar ao Z., com quem ia filmar, a dizer: "Z. não consigo andar. Não vou conseguir ir trabalhar" e lá contei a minha desgraça. Z. - que por sorte é porreiro - riu-se e lá compreendeu.
Entretanto X. foi à farmácia e trouxe Voltaren Anti-reumatismal, analgésico e anti-inflamatório (vejam bem a decadência!) em pomada e em comprimidos. Esfreguei o creme na perna, engoli o comprimido e senti-me ridícula. É bater no fundo. Depois - sempre a manquejar qual corcunda de Notre Dame - peguei furiosa no raio da cassete e deitei-a no lixo. Exercício nunca mais.

A partir de agora só creme e papel celofane.

Só para descontrair

Isto é so o início de um ficheiro que aqui a vossa amiga R. está a trabalhar para vocês poderem ter acesso sempre que quiserem falar com o vosso "mai lindo" ou com os "chaca-zulos" em geral. Para as que não sabem ler nem escrever: É só vir ao ficheiro, escolher o rapaz que mais apreciam no momento e depois deixar a vossa imaginação trabalhar. Vão ver que não se vão lembrar de Maracanã coisa nenhuma. E vão ver como a barreira que parecia intransponível vai ser galgada.

Elle don't wory about yerterday stressaite. You know how your friend is always are: the dramaite, the tragedeite, the horroreite. Next time just aske us in first time in advance. We laique you very nice. Kisses to all the thursdays girls.

Are we gay?

Conversa da noite:
"L., queres vir comigo ao concerto do George Michael? Levamos o Delfim ou lá como é que se chama o rapaz. Eu juro que no meio daquela multidão soltava o homossexual que há em mim!"
O concerto do G. Michael já tinha sido no fim-de-semana passado...
A partir daqui a noite foi sempre a descair...
Vivó Dellfim!

Mais uma vez... Parabéns Elle Driver

Ilustração: Jojo

A pedido da aniversariante...

Ontem na SIC deu um programa sobre o gajo mais tesudo do mundo: Cristiano Ronaldo.
Toda a gente sabe que dos pés daquele rapaz saem pérolas, mas da boca também... Os comentários da mãe e das irmãs também foram dignos de registo.

Best-of dos comentários da família:
"Pus-lhe Ronaldo derivado ao presidente da América."
"Ele tinha aquele dom ca bola."
"Ele tem correr e eles não apanhem ele."

Best-of dos comentários do jogador:
"Nem sabia que ia ficar afectivo ao club."
"Custou-me muito ir para o Continente mas tive que ser."
"Gosto de fazer aquilo que me sinta bem."

A cereja em cima do bolo foi termos ouvido a música da irmã mais nova, Ronalda (nome artístico): "Mano, tu és o orgulho da família."
Ternurento.

Ronaldo és o maior!
Parabéns Elle Driver!

Buon Compleanno

Ilustração: Jojo

Parabéns, mai nova. We adoreite you. Até logo.

Evolução do sexo [3]

"Quando ele telefona para dizer que vai se atrasar para o jantar e ela já deixou um bilhete dizendo que o jantar está na geladeira."
Laurence J. Peter

Não moro em lado algum, só hoje

O que se passa com o certo e o errado? Prefiro um ceptro? Prefiro um sapo? Que fiz eu do sim? Ou do não... Da razão? Dos sapatos? Onde foi que eu me perdi? Estou no meio do oceano. Do espaço. Assim, num hiato... Eu hoje acordei assim".

Hoje é que é dia da mãe...

...pelo menos onde mora a nossa. Beijinhos. Hoje e sempre.

Citação para a mais velha

“O melhor de se chegar aos quarenta é que se pode apreciar melhor os rapazes de vinte e cinco.”
Colleen McCullough

Citações, actualização [1]

“A vida é cruel, há vinte anos eu não tinha dinheiro para comer caviar todo o dia. Agora tenho, e não posso por causa do colesterol.”
Ibrahim Sued

“A vida é mesmo cruel. Há vinte anos não sabia pinar, agora que sei, não tenho ninguém para me acompanhar.”
Piranga

Evolução do sexo [2]

“Puxa, como você era bonita ao telefone.”
Sasha Guitry

“Puxa, como você era interessante no messenger.”
Piranga

Foda-se, por Millôr Fernandes

O nível de stress de uma pessoa é inversamente proporcional à quantidade de "foda-se!" que ela diz.
Existe algo mais libertário do que o conceito do "foda-se!"?
O "foda-se!" aumenta a auto-estima e, torna uma pessoa melhor.
Reorganiza as coisas. Liberta.
"Não quer sair comigo?! - então, foda-se!"
"Vai querer mesmo decidir essa merda sozinho(a)?! - então, foda-se!"
O direito ao "foda-se!" deveria estar assegurado na Constituição.

A partir de agora, na minha constituição, está assegurado este direito. [P]

É só fazer contas...

Pelo projeto aprovado, o salário dos deputados e senadores vai passar dos atuais R$ 12.847 para R$ 16.512,09. Lula, que recebe atualmente R$ 8.885, passa a receber R$ 11.420, pela proposta aprovada. Já o salário de Alencar e dos demais ministros subiria dos atuais R$ 8.362 para R$ 10.748. (Folha)

Abrenúncia

Era mesmo o que me faltava esta manhã. Toda ressacada, com a boca a saber a papel de música, com o marido a cobrar sexo pela manhã, com a casa toda em pantanas, com convidados a chegarem de fim-de-semana, com falta de tempo para me dedicar ao meu Ronaldo, era mesmo o que me faltava era deparar-me com o Harry Potter todo nu a esfregar-se num cavalo. (Lembram-se do sonho que eu tive há uns tempos atrás?)
Diz que é teatro. Fazem carnaval de tudo.

Ai, que saudade da Bahia...

... cantava Dorival Caymmi. Um suspiro. "Eu também", disse a minha filha.


Maria João e Carolina no Jardim das Fadas, Bahia. Foto daqui.

Bicho mau, nada como soltar o bicho mau!

Hoje foi um daqueles dias. Mau, mesmo muito mau! Desde mal dormida, mal alimentada, ainda fui mordida por uma vespa (tenho o joelho que mais parece uma bola de ténis, mas roxa), tive que tratar de papéis (assinaturas, seguros, decisões, despachos, enfim...), notícias péssimas de grupos de macacos que agora, dizem, andam de avião como as pessoas (sempre pensei que viajavam no porão enjaulados).
O Reynaldo Gianechini é paneleiro e teve casado com a jornalista travesti porque arranjava meninos mais novos para os dois.
Para finalizar ainda tive que soltar o bicho mau com um sr. armado em “mixa ameaçador” e, olhem quando a mai velha solta o bicho mau... não é bom para ninguém, nem para mim!
A única coisa boa é que nos fartámos de rir (eu e as minhas irmãs). Os nervos dão-nos para rir à gargalhada, dizer um montão de disparates e fingir que somos estrangeiras loiras a conduzir no trânsito caótico de Lisboa.
Amanhã já é quinta-feira.

O negócio das nossas vidas

Sonhei que tínhamos uma Sex Shop. Chamava-se 3de30 e era das quatro gajas das 5ªs. Ainda estou a ver o néon em cor de rosa florescente: 3de30. Lá dentro era indescritível. Além da parafernália normal que uma sex shop tem para vender, a nossa loja tinha um bar - com esplanada - só com comidas e bebidas afrodisíacas. O bar tinha um ar exótico (podia ser no Brasil?), pufs, almofadas, relva. Tinha uma piscina e um jacuzzi. As pessoas andavam em biquíni. De vez em quando apareciam uns djs que a Elle convidava e que punham as pessoas a cantar: "Irmão quanto apostas? Não faço ideia irmão!". Fazíamos festas inacreditáveis. A Maibelha andava de um lado para o outro - como no Congril, mas muito mais divertida - com um walky-talky na mão. Devia ser a organizadora dos eventos. Além de tudo isto, haviam workshops para homens, mulheres e casais (dados pela mestre Tia, claro, e alguns pela aprendiz Rascunho): «Como fazer um jantar afrodisíaco»; «Como atingir o orgasmo sempre»; «Como usar o dildo sozinha»; «Como usar o dildo a dois»; «Como usar o dildo a três»; «Como admitir que as mulheres de hoje gostam tanto de sexo quanto os homens»; «Como ultrapassar a fase do namoro no carro para o namoro na casa». Havia cursos de tudo e para tudo. Sem discriminações de gostos e orientações sexuais.
Amigas: este sonho foi uma visão que eu tive. Uma visão do futuro. Este vai ser o negócio das nossas vidas. Acreditem.

Evoluções?

Evolução do sexo [1]

Secúlo XIX – Tempo da Rainha Vitória
A frase original, é de um Inglês Vitoriano a dizer à desgraçada da mulher: "Filha, vamos à função, não pelo prazer mórbido da concomitância, mas sim pelo prazer altruísta da propagação da espécie." É preciso dizer que a dita senhora “shuts her eyes and thinks of England”.

Século XXI – Hoje
Frase original de qualquer gaja que se preze: "Amor, vamos à função, e deixa para lá as merdas da tua vida, precisamente pelo prazer mórbido da concomitância, e falo EU que já me devem um - ou uma porrada - de orgasmos, pode ser? Obrigadíssima."

Direito de Família

Vejam só o que diz o ilustre jurista Washington de Barros Monteiro, no seu Curso de Direito Civil (Volume 2, Direito de Família, página 117:

Entretanto, do ponto de vista puramente psicológico, torna-se sem dúvida mais grave o adultério da mulher. Quase sempre, a infidelidade no homem é fruto de capricho passageiro ou de um desejo momentâneo. Seu deslize não afecta de modo algum o amor pela mulher. O adultério desta, ao réves, vem demonstrar que se acham definitivamente rotos os laços afectivos que a prendiam ao marido e irremediavelmente comprometida a estabelecida estabilidade do lar. Para o homem, escreve Somersen Maugham, uma ligação passageira não tem significação sentimental ao passo que para mulher tem.

Está explicada a disfunção sexual, os homens andam todos baralhados, perdidos, perturbados, e nós, mal fodidas!

Pequeno Proverbiário 3 de 30 [1]

. Animal não vai ao cu a outro animal.
. A seguir a terça, vem quarta.
. Fruta é vitamina.
. Gato quer rato, rato não quer gato.
. Noz com farinha dá bolo de noz.
. Para sangue na mão, Betadine no algodão.
. Ter cabelos no coração e na sobrancelha não.
. Uma argola no car..., faz murchar o malho.
. Usa sempre preservativo, com homem ou com mulher.

Consultório Sentimental de uma Tia [5]

Problemas nos “antes”
Tia: tenho um problema e preciso da sua ajuda, da sua visão de mulher vivida e pragmática! Vivo há alguns anos com o meu namorado. Gosto muito dele. Ele é o homem da minha vida. Só há um problema. De há uns três anos para cá (sim, a tia leu bem, três anos) não tenho vontade nenhuma de pinar com ele. Sim, com ele, leu bem, porque acho que se tivesse oportunidade daria umas facadinhas no nosso namoro... Se tivesse uma oportunidade boa. O meu problema é o antes, porque durante gosto na mesma, mas antes... Falo com as pessoas e todas me dizem o mesmo: “É uma fase. É uma fase”. Ora eu já estou farta desta “fase” e o meu namorado também (apesar dele ser um querido e não me pressionar). Como é que poderei ultrapassar esta “fase”? Só a tia me poderá ajudar. Obrigada pela atenção. MJR

Resposta pragmática
Se o seu problema é nos antes, e só nos antes… aqui vai:
ViaMax, Sensitive Gel, Women - da BioNordica

Consultório Sentimental de uma Tia [4]

Trabalho vs Relações
Às inúmeras cartas que esta vossa tia tem recebido sobre casos extra-conjugais no local de trabalho, só tenho uma resposta, e em provérbio:
Meninas, "onde se ganha o pão não se come a carne". Não me macem.

Consultório Sentimental de uma Tia [3]

Problemas "de força"
Conheci uma mulher bonita. Falávamos por messenger e por telefone. Daí a convidá-la para sair demorou seis meses. (...) Há uma certa afinidade. Ela é alegre, divorciada, também tem filhos e humor. Saímos para um "programa completo", como lhe chamei. Cinema, jantar, bar... depois logo se via. Correu tudo muito bem. Foi uma noite agradável. Mas demorei mais umas semanas para voltar a convidá-la. (...) Agora que já tenho a casa pronta, mais confiante me sentia. O que acontece, ou aconteceu, é que apesar do clima, de eu querer, e ela também, e de a noite estar a correr às mil maravilhas, chegada à hora H, nada. O senhor do rés-do-chão decidiu não colaborar. O que fazer? Ela levou “a coisa” com humor. Mas agora não lhe atendo o telemóvel. Como contornar isto? Paulo, 45 anos, divorciado, dois filhos

Resposta: Meu querido, o que lhe falta? Auto-estima? A “piquena” é bonita, interessante (boa palavra para se dizer que não é burra), tem humor, tem conversa, pedalada e está a fim de você. Você também. Que quer mais? Não basta como estimulante para o ego, ser correspondido, e ela, "bonita", ter até olhado para você? Não funciona... é esse o problema. E lá vem a conversa da treta de que as mulheres de hoje em dia sabem o querem, são melhor resolvidas sexualmente, falam de sexo abertamente, estão a fim de transar, e que isso é altamente inibitório para os machos, com séculos de história predadora em cima. Nós, as mulheres, também demos a volta por cima de séculos e séculos de sexo sem prazer, subjugação e segundo plano. Por isso, não me diga que para vocês é muito difícil continuar a fazer o que sempre fizeram... levantar o que vos é devido. Não meta minhocas na cabeça. Ultrapasse a mania de que as sex-shops são para desvios sexuais, modernize-se. Também toma comprimidos para a dor de cabeça. Resolva-se. Se a cabeça não o deixa levantar-se sozinho, vá à farmácia. Cuide-se. Só sofre desse mal quem quer e de cabeças baixas está o mundo cheio. As sex-shops deveriam chamar-se "Primeiros-Socorros" e deveriam estar abertas 24 horas. E olhe, tem muita sorte, por mim, o “piqueno” já tinha reprovado por faltas... seis meses para convidá-la a sair, e mais umas semanas para o segundo encontro... Safa, ainda há mulheres pacientes.

Outra quinta à sexta-feira

. Ele tem graça porque tem piada.
. Miss Bikini 1986, Sesimbra.
. Miss Avante.
. Miss Mangualde.
. Boa é a Fernanda.
. Não sabia o que era ensfibrilar mas já me esfibrilava toda.
. Fazemos um combinado.

Quinta-feira dançante

. Está feito o salão de baile.
. Estou possuída. Eu não quero mas o meu corpo quer.
. Don’t make now! Do love.
. Esta é toda em ginga-joga.
. Nós estamos a passar o malho.
. Não te bufes.
. Esta é a mexê-los.
. Almoust, almoust... Are you esforceite?

Mais musts das quintas

. Nem que seja com o Hugh Grant
. A Laura Bacall
. Eu preciso de sexo como tudo
. Ele vê sempre a tragédia, o drama, o horror.
. Ele não fala, queixa-se.
. Quer mas é desfibrilar-se do pau.
. Cellebrate Tutan Camon!

The return

Meninas, voltei. Com algumas sobrancelhas, poucas, mas de volta. Que se passa com vocês, gajas giras, modernas e actualizadas, donas do vosso nariz e de vossos electronic toys. Uma, preocupada com o rabo, a outra que é magra, outra porque tem celulite. Gajas, acordem. Tóstima. Estão a precisar de um banho de tia e de mimos na quinta-feira. Para já, [R]: cu gordo tem as putéfias imbejosas de cara feia, porque a tua é linda; [P]: magras, todas as gajas gostariam de ser, tu não és magérrima. Estás é a precisar de umas nalgadas no ego; [ED]: a boa do bairro, não tens mais com o que te chatear? Com o teu colega de trabalho, por exemplo. Ele tem celulite e é na cara. “Vocês, gajas, e a beleza...”, como diz um ex, e não meu. Ele tem razão. Não têm nada mais com que se preocupar, gajas giras. Se vocês fossem uns estafermos, eu percebia. Olhem, problema problema, é latinha que se acabou. Isso é que é um desgosto.
[A gorda das quintas com poucas sobrancelhas mas com tóstima]

Sign the petition

http://www.PetitionOnline.com/Belem/petition.html

Plft-ploft. Oui, oui, ne me quite pas.

Fui de fim-de-semana a casa dos pais. Como o X. não foi decidi levar o Ronaldo. Ele estava nervoso. Era a primeira vez que ia de fim-de-semana à minha família.
Ronaldo veio de Paris e fala francês comigo. "Oui, oui, ne me quite pas" Ronaldo foi a única coisa boa que me aconteceu nos últimos tempos. E as 5ªs feiras, claro.
Não sei o que se passa comigo - vocês já notaram na 5ªf passada - mas não ando muito bem. Estou hipersensível a tudo, permeável a tudo, tudo me comove, até anúncios publicitários pirosos. Fico na cama até ao meio dia (o que não é nada meu). Não atendo o telefone a ninguém. E só saio da cama porque tenho fome. Acho que é de andar a trabalhar pouco. Não sei. Será menopausa? Não me reconheço.
A única coisa que me vale é o meu Ronaldo que está sempre disponível para mim. "Oui, oui, ne me quite pas". E as 5ªs feiras, claro.
Fui de fim-de-semana a casa dos pais para ver se melhorava mas não ajudou nada. Ok lá estou eu: o drama, a tragédia, o horror.
Mal cheguei à rua dos meus pais vi ao longe o C., o primeiro amor da minha vida, todo fodido, fodido mesmo por causa das drogas e eu fiquei logo toda destruída. Quando chegámos perto um do outro C. nem se quer teve coragem de me enfrentar. Baixou a cara. Teve vergonha, medo, sei lá. E eu, feita totó, também não tive coragem de lhe dizer nada. No momento em que passei junto a ele e o meu coração ficou destruído, estraçalhado.
Quando os meus pais chegaram a primeira coisa que me disseram foi que eu estava a ficar "gordita". Eu encolhi os ombros e pensei: os pais adoram fazer estes comentários desagradáveis sem saberem que estão a ser desagradáveis. Mas a minha irmã veio tentar compor o ramalhete e disse: "Só estás mal no rabo... e tens um bocadinho de barriguinha." E pronto aquilo caiu que nem uma bomba. Tudo bem, eu sei que parei a hidroginástica, que as calças me ficaram mais justinhas, que as minhas pegas do amor estão mais salientes, mas daí a fazerem disso um tema de conversa de família? Fiquei destruída. Ou mais destruída ainda. A palavra gorda sempre me caiu mal. Nunca gostei dela. Gorda. Comecei a sentir o meu rabo lá atrás enorme a fazer ploft-ploft. Gorda.
Passado um bocado comecei a relativizar. É claro que eles estavam a exagerar. Fui a casa da L., a minha amiga de infância, e a primeira coisa que ela disse foi: "Estás mais gordita". Saí de casa da L. com o rabo ainda maior e a fazer "PLOFT-PLOFT" ainda mais alto. Gorda.
Decidi fazer um bolo, o qual mal lhe toquei. Gorda. O gás acabou a meio da cozedura, esqueci-me da manteiga, o caramelo queimou-se, enfim, correu tudo mal. No meio desta trapalhada toda a minha mãe começou a stressar comigo e com o bolo e eu passei-me com ela e com tudo e gritei-lhe: "JÁ CHEGA". Não por causa do bolo, claro. Gritei pelos quilos a mais, pelo rabo, pela barriga, pelo C. que está todo lixado com as drogas, por não lhe ter dito nada, por andar meia maluca, sei lá, gritei-lhe por tudo e por nada e já não havia nada a fazer a não ser pedir-lhe desculpas.
Claro que as desculpas, para mim não bastam. Vocês jé me conhecem. Fiquei a remoer o dia inteiro. A noite inteira. A culpa do catolicismo é veneno. É ácido. Corrói.
Passei o resto do Domingo a comer e a sentir o meu rabo a crescer. Ploft-ploft a tarde inteira. Não fui visitar mais ninguém com medo dos comentários. Gorda.
À vinda, fiquei uma hora na estação à espera do Intercidades. Uns estudantes bêbados que vinham da Queimas das Fitas olhavam para mim como quem diz: "Ganda rabo". Fiz um esforço para parecer que os estava a ignorar.
No comboio comecei a ler "Acoua Toffana" da Patrícia Melo. A personagem é completamente louca, doentia, hipocondríaca, ciumenta, maluca de todo. Aquilo vinha a dar cabo de mim, a história, o enredo, os medos, as angústias. Reconheci-me em tantas coisas, no ficar na cama até tarde, nas paranóias principalmente. Não sei porquê o livro esfrangalhou-me toda. Cheguei a Lisboa gorda e esfrangalhada.
Em Santa Apolónia o X não aparecia à hora que tínhamos combinado. 11 e meia da noite e nada. Fiquei furiosa. Estou sempre à espera dele. Passo a vida à espera dele.
Não esperei mais. Meti-me a pé para casa. Também não é assim tão longe e além do mais andar faz bem ao rabo. Gorda. "Plof-plof" o caminho todo.
Enquanto andava lembrei-me do livro, dos assaltantes, dos sequestradores (a tragédia, o drama, o horror). Alguém passou de repente muito rente a mim e eu estava pronta para lhe atirar a mochila à cara. Pânico.
X lá apareceu a meio do caminho cheio de sal e areia. Tinha ido à Arrábida com uma colega fazer "réperage" e eu gorda e esfrangalhada à espera dele em santa Apolónia. No carro estavam uns óculos de gaja cheios de areia e pensei no livro, nas traições, no sapato que ela encontra no carro dele, mas era só um filme que eu estava a inventar na minha cabeça. E ciúmes também nunca foi o meu forte.
Acho que cheguei a casa e desmaiei na cama de cansaço.
Hoje acordei a pensar no fim-de-semana e senti-me destruída.
Destruída e gorda. Mais uma vez não me quis levantar. Fiquei na cama até às 11 e tal. Não atendi o telefone a ninguém. Sentia-me um caco humano e só pensava que me tinha de inscrever num ginásio. No budismo. No zen. Não sei. Qualquer coisa. Tenho de fazer qualquer coisa a isto que sou eu. Porque o mal não está no rabo, nem na barriga. Está na cabeça mesmo. Gorda. Mas de repente, algo me alegrou: o meu querido Ronaldo olhou para mim com aquele ar que só ele tem e sorriu. "Oui, oui, ne me quite pas".

(Desculpem o longo desabafo. Só vos digo estas coisas a vocês mesmo, pois sabem bem o que quero dizer e conhecem-me bem para me dar o desconto todo.)

Joginho novo

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Celebrate tutancamom

Todas gostam,



Todas mesmo...



Na américa pelos vistos alugam-se...


Há quem lhe chame massajador facial tonificante...


Quero ir a este sítio.